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Oportunidades para novos negócios no mercado fitness se multiplicam com economia do bem-estar

21/11/2025

Oportunidades para novos negócios no mercado fitness se multiplicam com economia do bem-estar

Vivemos em uma era em que a saúde e o culto ao corpo ganham cada vez mais espaço – seja nas ruas, com pessoas circulando em trajes esportivos, seja nas redes sociais, nas quais o treino vira conteúdo. De um lado, há a revalorização da estética da magreza, impulsionada pelo uso de medicamentos para diabetes e obesidade. De outro, cresce a busca por bem-estar e performance. Caminhos diferentes, mas que se encontram em práticas sofisticadas de autocuidado, com programas exclusivos, estratégias de alto desempenho e alimentação suplementada.

O reflexo aparece nos números: de olho nas medidas ou na saúde, os brasileiros estão deixando o sedentarismo para caminhar, correr, pedalar ou frequentar academias e quadras. Entre 2013 e 2023, a fatia da população adulta que dedicou ao menos 150 minutos semanais a uma atividade física de intensidade moderada saltou de 33,8% para 40,6%, segundo o levantamento Vigitel, do Ministério da Saúde.

“Na nossa cultura, existe uma preocupação forte com o emagrecimento, mas vivemos recentemente uma onda de exaltação ao bem-estar e à saúde que leva as pessoas a fazerem exercícios”, avalia Daniela Klaiman, CEO da consultoria de tendências FutureFuture e especialista em comportamento do consumidor.

Ao englobar essa esfera, as oportunidades para novos negócios no setor de fitness se multiplicam. No Brasil, a economia do bem-estar somou US$ 96 bilhões (aproximadamente R$ 520 bilhões) em 2022, equivalente a 5% do produto interno bruto (PIB), segundo o Global Wellness Institute (GWI), organização sem fins lucrativos com a missão de impulsionar o viver bem global. O volume coloca o país na 12ª posição global e na liderança latino-americana.

Nesse campo, os segmentos mais importantes são os de beleza e cuidados pessoais, alimentação saudável (incluindo nutrição e perda de peso) e atividades físicas (veja quadro ao lado). “O guarda-chuva do bem-estar vai além dos exercícios. As pessoas têm mais consciência de que também precisam comer bem, ter um boa noite de sono, gerenciar o estresse e cultivar relacionamentos”, afirma Gustavo Almeida, diretor-executivo da plataforma Fitness Brasil.

Sob medida
Para quem quer empreender nesse mercado, a palavra do momento é personalização. O treinamento sob medida está em primeiro lugar no ranking do estudo “Tendências do Fitness Brasil”, realizado pelo American College of Sports Medicine (ACSM), maior organização de medicina esportiva e ciência do exercício do mundo. Essa lógica vai além da elaboração de treinos específicos; ela se estende a outros setores ligados à prática de exercícios, como cosméticos, suplementos nutricionais e vestuário. “Não existe mais receita de bolo. As pessoas querem produtos e serviços que se encaixem em suas necessidades e características pessoais”, afirma Paulo Amaral, especialista em fitness e autor da versão brasileira do estudo.

No setor de serviços, isso se traduz em maior dedicação às necessidades dos clientes e atendimento exclusivo. “Com uma carteira menor, é viável customizar a entrega ou ter diferenciais como horários de atendimento estendidos, comodidades ou interação por meio de uma plataforma própria, como um aplicativo”, afirma Victor Lino Nery Lopes, consultor de negócios do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP).

É o caso das academias butique. Para se contrapor ao modelo de baixo custo, elas limitam o número de alunos (com agendamento, por exemplo) para que os instrutores acompanhem de perto as atividades – oferecendo ainda mimos para fidelizar consumidores, como snacks gratuitos e sessões de massagem. Para quem busca performance, incorporam ainda serviços de recovery, com fisioterapia e equipamentos voltados à recuperação muscular ou ao tratamento de lesões.

Os homens e os jovens são o público predominante entre os brasileiros que se exercitam, mas a clientela está ficando mais diversificada. Entre 2013 e 2023, o percentual de mulheres que fazem atividades físicas passou de 27,4% para 36,2%, segundo o Vigitel. Outro segmento que vem crescendo é o de adultos com mais de 45 anos. “Uma das grandes apostas são as pessoas 50+, que têm tempo livre, poder aquisitivo e querem se manter ativas. O mercado ainda não está olhando bem para esse universo”, observa Klaiman.

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

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